Por decisão da prefeitura, moradores que ocupam área do Jockey Club terão de deixar local

Por decisão da prefeitura, moradores que ocupam área do Jockey Club terão de deixar local

Fotos: Beto Albert (Diário)

Registro foi nesta quarta-feira (2).

Pelo menos 50 famílias que ocupam área do Jockey Club terão de deixar o local em 30 dias. Isso porque a prefeitura está notificando os moradores para desocupar o terreno que pertence ao município. Cerca de 40 moradores confirmaram, na manhã desta quarta-feira, que buscaram o auxílio de um advogado para tentar barrar a remoção da área.  ​


O Jockey, que já foi palco de tradicionais corridas de cavalo e, mais recentemente, recebeu as primeiras edições do Festival de Balonismoestá há anos no abandono. O terreno tem grama alta e escombros de uma quadra de esportes e de uma pracinha, que fizeram parte da estrutura de um futuro parque, e o esqueleto de um prédio. No seu horizonte, próximo às ruas Elvidio de Azevedo e Santa Maria Goretti, um conjunto de casas. 

A prefeitura informou que, em 2021, as primeiras famílias teriam ocupado o local irregularmente. Primeiro, com lonas e depois construíram moradias com madeira (hoje, a maioria). Com o tempo, surgiram casas de alvenaria. Conforme o Executivo, a saída dos ocupantes é necessária para que o Jockey tenha um novo destino, por meio de uma parceria público-privada (PPP), que está em estudo. Em maio, devem ser apresentadas alternativas para utilização do espaço público.  


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Até a tarde de terça-feira (1), o procurador-geral da prefeitura, Guilherme Cortez, disse que aproximadamente 46 famílias tinham recebido a notificação. Em entrevista ao programa 'Fim de Tarde', da rádio Central Diário de Notícias, 93.5 FM, ele explicou que a decisão está respaldada na irregularidade da ocupação de um área pública. 


– Não é justo com as pessoas que pagam seus impostos em dia, que trabalham, que adquirem os seus terrenos e pagam IPTU. O compromisso do governo Rodrigo Decimo é dar uma destinação para a área do Jockey Club. As famílias vulneráveis podem entrar em programas habitacionais do município. Se as pessoas resistirem, iremos buscar, inclusive, as medidas judiciais cabíveis – afirmou Cortez.

Notificações 

A maioria das famílias confirmou que recebeu a notificação. Eles contaram que ficaram surpresos com o papel entregue e que não conseguirão sair do local, pois não têm para onde irem. Defendem que são famílias com muitas crianças e sem capacidade financeira para trocar de endereço. Muitos relataram estar há anos esperando serem contemplados no Minha Casa, Minha Vida. Até então, o cadastro em programas habitacionais foi a alternativa sugerida pelo município. 


Representante dos moradores, Tamires de Fátima Pena de Oliveira, 25 anos, faz o meio campo entre a comunidade e o advogado, que os representam. Para o grupo, as casas devem ser regularizadas. 

Tamires está reunindo a papelada e orientando os vizinhos para a inscrição do Minha Casa, Minha Vida.

– Precisamos nos unir para que todos entrem em contato com o advogado, façam a representação, tudo bem direitinho. Temos em torno de 40 famílias que mostraram interesse em entrar na Justiça. A gente quer regularizar aqui. Eles não sabem onde é que vão realocar a gente, não tem lugar definido. É muito mais fácil e mais barato para prefeitura regularizar. Todo mundo que está aqui, precisa estar aqui, porque senão a gente já tinha ido para outro lugar – explicou Tamires. 


O servente Fábio Santos, 38 anos, defende que os vizinhos são trabalhadores. Ele recebeu a notificação na segunda (31).


Futuro do terreno 

Em relação à área do Jockey Club, um estudo de viabilidade econômica está em elaboração e, conforme o governo, deve sair em maio. A partir dele, será indicado quais são as opções possíveis para o local – entre elas, um grande parque e a construção de moradias populares.  



Veja a entrevista na íntegra 


Jockey Club 

  • Fica no Bairro Juscelino Kubitschek –Vila Prado; 
  • Hipódromo funcionou até 2013; 
  • Parque do Jockey Club – Plano anterior, com investimento de R$ 2 milhões em obra que iniciou em 2011. O dinheiro veio de financiamento no Banco Mundial (Bird)
  • Iniciaram com quadras, pracinha, pórtico, mas os itens não estão mais lá;
  • O local já registrou as ocorrências policiais, como homicídio, recuperação de veículos furtados que foram abandonados na área, lesão corporal e ameaça; 
  • Desapropriado pelo município, em 2013, devido a um histórico de dívidas;
  • Se tornou um parque municipal, por meio de um decreto em 2014, e parte da estrutura chegou a ser construída, mas acabou abandonada;
  • Cerca de 80 famílias começaram a ocupação em maio de 2021. Hoje, seriam cerca de 50. 

Planejamento para área 

  • Estudo de viabilidade econômica 
  • Avaliação dos cenários pela prefeitura 
  • Possibilidade de parceria público-privada, licitação, entre outros 
  • Se for PPP, o estudo elaborado subsidiará a modelagem do edital
  • Decidido por isso, ocorre a licitação


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